segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Primeiro Final de Semana

É cedo, faz muito frio e temos um lindo dia a nossa espera। E um carro alugado de quatro lugares!

Bem achamos engraçado o anúncio de “quatro lugares”, ingenuamente cheguei a pensar que não estaria contando com o motorista, mas como para português o que se diz ou o que se fala é exatamente o que está a dizer. Era um carro pequeno, e ainda bem que as mulheres também, tenho que admitir que eu sou a maior, mais os homens ainda estão com a vantagem.
Pé na estrada Li no volante tendo o André como navegador e as mulheres tirando um cochilo, nessas horas não tenho a mínima vontade de ser feminista.
Nosso destino? FreePort, não entendeu? COMPRAS!!! Bem nem tanto ao mar, nem tanto a terra. Fomos dar uma olhada no que se diz um dos lugares de compra mais baratos de Portugal, FreePort é um shopping a céu aberto, com centros de exposições, cinema, parques infantis, restaurantes e claro muitas lojas. Passado o natal e virada de ano é tradição as famosas e esperadas promoções, como ainda estamos conhecendo os preços, e como nossa pré preparação de vinda a Portugal já foi salgada. Atemos-nos a conhecer e levar umas coisinhas só para não passarmos despercebidos.
Depois de alimentados e uma última passadinhas naquela loja que tinha aquilo... Seguimos rumo a Sintra, uma cidade que merece um final de semana inteiro e não apenas algumas poucas horas como foi o nosso caso. Um lugar encantador com um caminho sinuoso de casinhas e casarões, e por falar em casarão no alto da colina se avista a cada curva, sempre que as belas árvores nos deixam avistar um iluminado castelo, esse será comentado mais pra frente.
Depois de chegar ao que nos parecia o centrinho de Sintra, avistamos um museu, nessa hora a Stella salta de alegrias e pede veementemente para irmos visitar. Era nada mais do que o Museu de Brinquedos. Gente parecia interessante e realmente é, mas olhar para aqueles brinquedos foi me dando uma angustia, sabem como sou cheia de imaginação né? Logo fiquei pensando incontrolavelmente nas crianças que por ventura teriam pertencido alguns daqueles brinquedos, ah claro tem o fundador João Arbués Moreira, a coleção foi feita por ele, mas aposto que aquelas bonecas, TODAS não as pertencia. Bem e eram justamente elas que me olhavam e me fazia entrar num mundo de suspense, bem olhem as fotos e depois me digam se não chega a dar um calafrio. Claro os mais céticos diriam que estou a exagerar, pois bem opa!
Depois de passar por algumas lojinhas e encontrar os famosos xales portugueses dos quais minha mãe sempre fala, e de me assustar com seus altos preços, fomos ao caminho dos antigos lordes, em direção ao lindo palácio comentado anteriormente o caminho é ainda mais sinuoso e apesar de ser já noite e da rua não ser iluminada, havia no céu a nos observar uma divina lua dourada bem cheia. Alguns turistas á pé nos davam sinal que o caminho era seguro. Chegando lá e já convencidos que era tarde para visitar fomos recebidos como bons plebeus, ou seja, a portas fechadas. Barrados??!!. Tudo bem ta! É um bom motivo para merecer um retorno e ficarmos no mínimo um final de semana inteiro.
Voltamos para o hotel, depois de tentativas frustradas de procurar um restaurante Japonês.
Não é que não achamos, o problema foi o preço. Mas amanhã é domingo vamos pra casa, porque o caminho do dia seguinte será ainda maior do que nos propomos a percorrer neste nosso primeiro sábado em terras portuguesas.
Se acordamos cedo no sábado, o domingo não foi diferente, precisamos nos apressar porque o roteiro de hoje é ainda maior. Sem enrrolação fomos em direção à Fátima, cidadezinha cristã onde supostamente a virgem Maria apareceu a três crianças e contou três segredos que foram revelados anos mais tarde. Por que ir até lá? Bem eu e o Li não somos de recusar passeio e história sempre me atraiu, mas principalmente porque fomos acompanhar a Maria Eduarda e o André.
Passeio que vale apena fazer a estrada é ótima, tão boa que dormi boa parte do tempo, poderia dar a desculpa do fuso horário, mas é que não tenho ousadia de expulsar o sono quando ele raramente da o ar de sua visita. Mas ainda fui capaz de observar os paredões de ferro e vidro (aprox. 3m ) que bloqueiam o som dos carros para os condomínios que costeiam as rodovias. Chegando lá tudo muito bem sinalizado fomos direto para a capelinha e a enorme basílica. Imponente abraça a praça onde se encontra a capela das aparições, placas de silêncio solicitam respeito e um caminho de pedra lisa é percorrido por fiéis ajoelhados apoiados por esponjas. Alguns queimam velas gigantescas e outros atiram pedaços de corpos feitos de parafina num enorme incinerador.
Estando lá me lembrei muito de minha querida vizinha que mais parece uma irmã a Fátima, e a Stella, claro de sua fiel amiga Viviane.
Tinha também um pedaço do muro de Berlin, a esquerda da Basílica na rua lateral há várias lojinhas e outras maiores que vendem artigos religiosos inclusive estátua de Yemanjá, naquele contexto me chamou a atenção. Perguntei pra vendedora o porquê, e ela respondeu que muitos compram por ser bonita. Disso não há dúvida os pescadores supersticiosos brasileiros que o digam. O chão onde o sol não batia estava escorregadio por causa da crosta de gelo que se formou pelo frio.
No meio dia seguimos rumo ao litoral com uma parada em frente à Abadia dominicana de Santa Vitória, majestosa com sua estátua e sua arquitetura gótica. Fotos batidas nos deparamos com um charmoso restaurante com um menu tentador, só depois de instalados e já saboreando a entrada percebemos que estávamos num hotel.
O Almoço foi maravilhoso, mas logo depois de energias repostas seguimos em direção a Óbidos, menina dos olhos de nosso final de semana, acabamos por perceber que lá ficaríamos bem mais tempo do que o planejado. Trata-se de uma típica cidade dos filmes medievais mas sem aquela sujeira toda. É uma pequena cidade cercada por muralhas de um castelo. Dentro da cidade casinhas brancas hoje na maioria lojas para turistas, museus e capelas. O Castelo transformado em uma pousada é o cenário principal, e as muralhas convidam a um passeio costeando e observando a vista de todo o vale a perder- se.
Infelizmente logo escurece e apesar da iluminação que faz tudo parecer ainda mais encantador, precisamos retornar, mas foram poucas horas agradáveis entre fotos de por do sol, lojas, muralhas e plantas que abraçam casas parecendo esta ser seu vaso. Quando verem as fotos entenderão.
Para fechar com chave de ouro ou com troféu abacaxi, é preciso abastecer o carro e deixar tudo pronto para entregá-lo. Pois bem!! E quem foi mesmo que disse que gasóleo era gasolina???? Então??? É isso mesmo não é.
Sem frentistas para esclarecer, os nossos cavalheiros vão pra lá e pra cá, perdidos, quando resolvemos ajudar descobrimos que: não só conseguem e pouco que sim abastecem com o tal gasóleo. Enche o pneu de lá tentam novamente de cá. Resultado: poucos litros de gasóleo (diesel) e outros tantos de óleo (gasolina). Agora é aproveitar e rezar para o carro não pifar. Devem ter rido dos brasileiros os gajos de lá.
Uma pequena parada na Praça de Touros e seguimos para o hotel, afinal amanhã é dia de trabalho para nosso cavalheiro। Bem pra ele, porque eu e a Stella teremos mais um dia de passeio
Vida dura a nossa né? Fazer o que além de aproveitar??

sábado, 17 de janeiro de 2009

Primeiro dia em Portugal, segundo dia fora do Brasil.

Sexta-feira, depois de despertar fomos almoçar (comida novamente, tudo bem o frio é grande e tradicionalmente o animal costuma acumular gordura para suportar o frio. riso)
O interessante do local escolhido para almoço neste dia foi o preço, sete euros e meio. E estava tudo incluso inclusive a bebida tudo a vontade. Tinha até vinho, mas as pessoas tomavam no máximo uma taça. Fiquei imaginando... E se fosse aí no Brasil?
No cardápio um misto de comida portuguesa com italiana e algum prato que parecia ser africano. Fui perguntar para uma moça de aparência também africana que não entendeu nada do que perguntei, nem eu entendi o que ela me respondeu...
Seguindo pelas ruas de Lisboa a pé, fomos até o Avenida da Liberdade, que em nada tem haver com a de São Paulo... Ou tem?? As ruas têm quase todas, os mesmo nome que as nossas aí no Brasil. O que mais me marcou além da arquitetura encantadora, foram as portas, um dia irei lá só para fotografá-las. Quem foi na minha casa sabe da paixão que tenho por portas antigas.
Depois de passar por vários teatros, portas, árvores, pombos obesos, folhas secas, árvores deslumbrantes e preços incalculáveis, chegamos à parte histórica da baixa Lisboa, e por falar em história aqui se respira isso, o peso da idade aqui só faz tornar tudo muito mais elegante, os prédios inspiram a volta no tempo, e até mesmo as poucas pichações parecem deslocadas e sem propósito de protestos perto da grandiosidade que impera das construções. A vontade que dá é a de transpor cada porta e desvendar os mistérios que guardam aquelas belas paredes.
Mas o passeio é rápido, o sol já se põe e são apenas quatro horas da tarde local. O frio aumenta, o objetivo é chegar ao Rio Tejo. No caminho passamos pela Praça Dom Pedro IV, No caminho passamos pela Praça dos Restauradores , Praça Dom Pedro IV , Rua Augusta, com suas lojas exibindo placas enormes escrito em bom português: SALDO ! E finalmente o Majestoso Rio Tejo. Chegamos na Praça do comércio emoldurada pelo Arco Triunfal.
Depois das fotos de praxe, e de ver o sol quase se pondo e a Ponte 25 De Abril ao fundo, aproveitamos o que nos restava do sol para pegar o eléctrico (bonde elétrico) e seguimos para Belém, tudo para finalizar o dia comendo um autentico Pastel de Belém. E foi também um autêntico português quem nos atendeu, com seu enorme bigode. A simpatia dele foi muito receptiva e passamos um momento muito agradável naquele estabelecimento repleto de turistas e cercados de azulejos azuis.

Saindo de lá pegamos o autocarro e seguimos para a estação de metro em caminho ao hotel.

Um primeiro dia para turista nenhum colocar defeito.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Primeiro dia - Floripa, Rio e Lisboa.

Nossa partida para as terras do “Além Mar” foi muito tranqüila, a única coisa turbulenta era agüentar nossa ansiedade. Nossa preocupação com atrasos nos vôos, escalas e perda de bagagens não superava o receio de viver histórias de retorno prematuro por causa de deportação ao pousar em terras estrangeiras. Saímos pontualmente de Florianópolis no vôo da TAM das 11:20, rumo a Lisboa com uma “pequena” escala na cidade maravilhosa, apenas seis horas de espera! Felizmente minha tia Marilane nos entreteu com sua presença sempre marcante e hilariante, com suas histórias cheias de vivacidade e sempre com uma mensagem de otimismo pela busca do crescimento pessoal e familiar. Deu pra notar que ela é uma das minhas tias favoritas??? O voou do Rio também saiu na hora certinha 19:15, agora pela empresa TAP. Preciso dizer que quem espera para comer o lanche do avião pelo menos do voou da TAP, faz muito bem. Eu como estava apenas com o pãozinho da TAM, resolvi comer uma “massinha” no Rio, não me contentando ainda devorei um pastelzinho. E foi assim que meu estomago resolveu dar sinal de vida, bem na verdade deveria ter parado por aí, mas não resisti ao delicioso jantarzinho do voou internacional da classe econômica. Sem relatos sobre a comida o fato marcante mesmo foi a disputa pelo WC comunitário de madrugada. O fato pior é que sempre que viajo meu intestino entra em greve. Pois bem ainda bem que existe TV, rádio e uma vida noturna dentro das aeronaves, são roncos hilariantes, crianças irritantes, e aeromoças (me deu saudade das brasileiras) extremamente rudes. Enquanto nos vôos nacionais elas fazem o possível para nos agradar, pelo menos neste voou (e foi o meu primeiro internacional, neste momento já me acho especialista. Risos...) elas faziam o possível e o impossível para nos colocar no “lugar”. Meus amigos leitores, não façam como nosso companheiro de fileira, quis deixar para comer o jantar mais tarde, e a aeromoça explicou “bem direitinho” que NÃO! Quando pensei que todos os portugueses deveriam ser assim “es que surge” uma aeromoça negra e linda, com um sorriso de orelha a orelha portuguesa, servindo com todo carinho a todos de seu lado. E cá estava eu!! Feliz novamente mesmo com a dor de barriga da qual fui presenteada pela minha gula nervosa. Ah tinha também uma almofadinha e um cobertor disponível para cada passageiro. E sim, é frio lá em cima, por isso não se esqueçam do agasalho, principalmente na hora da descida. Estava congelante, literalmente! Inclusive o corrimão de acesso a aeronave, frio de zero grau com diferença de 2 horas a mais no fuso horário. Mas uma aparência de duas a menos da nossa. Ainda era bem escuro. A ansiedade agora era a tal famosa imigração. Felizmente passamos por ela sem nenhum problema e respondendo a míseras 3 perguntas: O que estávamos fazendo ali? Quanto tempo ficaríamos? E quais países visitaríamos? Mas não se iludam, ao nosso lado as pessoas que viajavam sozinhas respondiam a muito mais perguntas e a coisa piorava para aquelas que não sabiam responder com clareza as 3 perguntas acima. Por isso fica a dica: decore direitinho. Depois disso pegamos nossas malas e fomos em direção ao saguão do aeroporto, passando pelas temidas salas onde realizam o pente fino nas malas. Não fomos escolhidos, ufa!! Ainda bem! Pegamos nosso taxi (cobraram dobrado por causa das malas) taxista é igual em todo canto mesmo!!! E fomos rumo ao hotel, no caminho, muito frio do lado de fora, e gelo cobrindo os carros. Dormimos e marcamos de nos encontrar ao meio dia. Ah detalhe que não tinha mencionado, estávamos com um casal de amigos.

Aí sim a partir daí é história para outro dia.